10. Janela (2017) – Lucrécia Martel
A lógica afiada de uma certa realizadora argentina sobre o que vem a ser o cinema
Por Renata Malta | 05.11.2017 (domingo)
No segundo dia (4/11) do 10o Janela Internacional de Cinema do Recife, a diretora argentina Lucrécia Martel estava no evento com o filme de abertura, Zama, além de apresentar uma master class no Cinema do Museu, na Fundaj do bairro de Casa Forte. Lá a esperava uma platéia ainda entusiasmada com a projeção na noite anterior.
A diretora iniciou a conversa indagando os motivos pelos quais se faz cinema, atribuindo à justificativa elementar de que a arte cumpre a função de compartilhar emoções e essa é a motivação de suas realizações.
Durante a bem humorada apresentação, Martel fez demonstrações com cubos de acrílico e luz de um celular, enquanto falava sobre a imersão numa sala de cinema e a função fundamental do som, que chamou de terceira dimensão, aquilo que atribui volume físico e profundidade a imagem. Martel foi bastante questionada sobre o seu processo criativo e planejamento nas filmagens e este se tornou o tema principal do debate.
“Não existe silêncio no cinema”. A diretora diz que encontra no som uma forma de criar tensão e atenção. Os diálogos apresentam os personagens. Os personagens introduzem o espaço, para Martel, frustrar as expectativas do espectador, muitas vezes, é a oportunidade de permitir enxergar algo diferente. Ainda sobre perspectivas, falou sobre linearidade cronológica e as relações de causa e conseqüência que, arbitrariamente, afastam o passado.
Ainda durante o festival serão exibidos O Pântano, A Menina Santa e A mulher Sem Cabeça. Detalhes da programação clicando aqui.
*Na foto acima, Lucrécia Martel em master class no Recife. Foto de Victor Jucá.
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