50. Cannes (1997)
Relembre a 50º edição do Festival de Cannes.
Por Luiz Joaquim | 25.04.2018 (quarta-feira)
– publicado originalmente em 9 de Maio de 1997 no Jornal do Commercio (Recife)
Cannes está fervilhando. Desde o dia 7 de maio, um dos balneários da Cote d’azul foi transformado em uma grande e constante festa para aqueles que amam o cinema, como acontece todos os anos. O festival de Cannes tem uma tradição que vence os limites financeiros impostos para conseguir o prêmio da academia de artes cinematográfica americana, o Oscar. A tradição de Cannes é a qualidade autoral.
A limpidez da premiação com a Palma de Ouro e os outros prêmios começa já na notoriedade do Júri. Todos os anos os jurados são escolhidos, abertamente, pelos responsáveis do evento. Este corpo de jurados é compostos entre dez a vinte personalidades internacionais da sétima arte. Não há, absolutamente, nenhuma pressão ou atitude tendenciosa nas votações. Coisa que não acontece na votação dos premiados ao Oscar, no qual o voto é secreto. O que impera nas premiações em Cannes é o bom senso daqueles que estão mais que familiarizados com o métier do cinema.
Neste ano, que é comemorado o 50# aniversário do festival, sua presidente (a divina francesa Isabelle Adjani) abriu a festa com o filme, do também francês Luc Besson, O Quinto Elemento. Neste filme, que significa a produção cinematográfica francesa mais cara de sua história, obrigando a produtora GAUMONT à investir cerca de 100 milhões de dólares, o ator Bruce Willis representa um simples mortal vivendo no século XXIII, e que se vê obrigado a reunir os quatro elementos do planeta (o fogo, terra, água e ar) com o quinto, no caso, uma mulher. O objetivo dessa façanha é permitir que o bem sobreponha-se ao mal, que, por sua vez, é personificado pelo ator inglês Gary Oldman.
Uma curiosidade: O roteiro é baseado em um argumento escrito por Luc Besson aos dezesseis anos de idade. E está sendo anunciado, pasmem, para a próxima sexta-feira (16/5) aqui no recife, a exibição desse filme de Besson.
O Quinto Elemento não participa da mostra competitiva, mas, um outro filme chamado Nil by mouth (uma expressão inglesa determinando que certas substâncias não podem ser ingeridas ), sim.
Gary Oldman assume, pela primeira vez, a direção neste filme que é declaradamente autobiográfico. Conforme críticos europeus, o filme de Oldman é forte concorrente à Palma de Ouro, principalmente pela secura como é contada sua história.
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