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Festivais

22. Cine-PE (2018) – abertura

Começa o festival pernambucano, optando pela comédia “Mulheres Alteradas”, com elas em crise aos 30 anos.

Por Luiz Joaquim | 31.05.2018 (quinta-feira)

Começa hoje (31) o Cine-PE: Festival do Audiovisual. Um dos eventos, em sua área, dos mais interessantes a ser observado. Não por ter uma contínua carreira exitosa ao longo das duas últimas décadas, mas sim pela sua irregularidade. É sua 22ª edição, o que, pelo entendimento do que seria a construção de uma carreira, deveríamos esperar uma edição melhor do que, por exemplo, foi a edição de quatro ou cinco anos atrás. Algo que parece não corresponder, ao menos em termos de volume de obras (uma vez que de fato já vimos apenas poucos filmes desta competição 2018).

Mas avaliar a qualidade de um evento cinematográfico no Brasil não deve ser tão matemático assim. Na conta, devem entrar as circunstâncias da política cultural do País, da região e da cidade onde ele acontece; sem falar da circunstância que define a própria personalidade do evento e a sua postura curatorial – estes dois últimos aspectos usualmente polêmicos e confusos ao longo da última década.

Para este 22º Cine-PE, a diretora do festival, Sandra Bertini, convidou o crítico paulista Edu Fernandes, a representante comercial da CiaRio, Edna Fujii, além do comentarista Danilo Calazans para pensar nos filmes que brigarão pelo troféu Calunga.

Os Príncipes, de Luiz Rosemberg Filho (RJ); Henfil, de Angela Zoé (RJ); Meu Tio e o Joelho de Porco, de Rafael Terpins (SP); Marcha Cega, de Gabriel Di Giacomo (SP); Christabel, de Alex Levy-Heller (RJ); e Dias Vazios, de Robney Bruno Almeida (GO) formam os seis longas-metragens que se alternam nos quatro dias da mostra competitiva da categoria.

Além deles, um outro longa, fora de competição, compõe a programação noturna – a comédia carioca Mulheres alteradas, de Luís Pinheiro, com Deborah Secco e Alessandra Negrini, que abre hoje o 22º Cine-PE. A sinopse diz que o filme mostra “como é difícil ser mulher” na faixa etária dos 30 anos, a partir das dificuldades amorosas de quatro delas. A produção é baseada nos quadrinhos da cartunista Maitena. Mulheres alteradas entra em cartaz no circuito comercial dia 21 de junho.

Há ainda Detetives do prédio azul (D.P.A. – O Filme), de André Pellenz (Brasil), e o francês A Bailarina, de Eric Summer e Eric Warin, compondo a “Mostra Infantil”, nas manhãs de segunda (4) e terça-feira (5).

Deste desenho, ao menos três longas valem atenção. Um: começando pelo Os Príncipes (sempre importante estarmos de olhos abertos para o que o mestre Rosemberg produz). Dois: o documentário Henfil, Ângela Zoé, que, a partir da história de vida deste cartunista e ativista que dá título ao filme, sempre driblando a censura nos 1970 com sua arte, possamos refletir sobre nosso próprio tempo atual. E três: a boa surpresa goiana Dias vazios, de Robney Bruno Almeida, um título, pra dizer o mínimo, corajoso e envolvente, e que faz nossa cabeça virar para o Centro Oeste com um olhar interessado sobre o bom cinema que pode sair daquela região.

Uma pena não ter na programação O rochedo e a estrela (exibido no 15º Cine-PE, 2011), único longa-metragem dirigido por Katia Mesel, que é uma das homenageadas nesta edição – os outros seriam Rodrigo Santoro (que não aparece na programação diária, mas foi confirmado pela assessoria do festival como presente na noite de sábado) e Cássia Kis (que deverá estar no Recife amanhã, dia 1º).

De Mesel, o 22º Cine-PE exibe na tarde do domingo (3) sete curtas-metragens e o trailer de O rochedo… Já na competição de curtas, somam-se 24 títulos divididos entre a disputa nacional (16 filmes) e a pernambucana (oito). São blocos que sempre valem a pena conferir.

Confira a programação completa aqui. Acompanhe a cobertura do 22º Cine-PE aqui pelo CinemaEscrito.

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