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Festivais

11. Janela (2018) – programação completa

O Janela encolheu, mas a estatura é mesma de sempre. Festival começa nesta quarta (7/11).

Por Luiz Joaquim | 05.11.2018 (segunda-feira)

– com informações da assessoria do festival. Acima, foto de Asas do Desejo, no programa de clássicos.

O 11º Janela Internacional de Cinema do Recife começa nesta quarta-feira (7/11) e segue até o domingo (11/11) no Cinema São Luiz, Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e Cinema do Museu (também da Fundaj).

Como já anunciado, este Janela acontecerá em formato reduzido em função das limitações de recursos da produção. Em tempos difíceis e confusos como os atuais, é valioso registrar, de cara, os incentivadores que ainda possibilitam que um festival importante como este aconteça em 2018 no Recife. O Incentivo, no caso, é do Funcultura / Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco e o apoio é da Prefeitura do Recife, Embaixada da França, Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA).

Nas falas do diretor artístico Kleber Mendonça Filho, e da produtora Emilie Lesclaux, respectivamente, “é uma edição especial, mais curta – cinco dias no lugar dos dez. Com os cortes de patrocínio que atingiram muitos festivais de cinema esse ano, e com o clima geral do país, achamos que seria importante fazer uma edição especial, não só para juntar filmes mas também juntar as pessoas em torno de filmes e ideias. E estamos orgulhosos da programação de curtas e longas”, afirma Kleber.

“Estou feliz que o Janela, apesar das dificuldades num momento tenso no País, ofereça mais uma vez um espaço de cinefilia no Recife, um refúgio pautado pela arte e pela liberdade de expressão. Exibiremos 50 filmes do mundo inteiro, entre restaurações e premières mundiais de curtas e longas”, destaca Emilie.

Como é habitual, o festival apresentará mostras competitivas de longas-metragens e curtas-metragens, programa de clássicos, seleções especiais e encontros com realizadores, além da oficina Janela Crítica. Nesta edição, ainda que reduzida, o Janela reunirá obras que tiveram destaque no circuito de festivais e também compartilhar outras apostas e descobertas da curadoria. Confira toda a programação clicando aqui.

INGRESSOS – A entrada para as sessões de longas no Cinema São Luiz custam R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia). As sessões de curtas no São Luiz custam R$ 3,00 (meia para todos). Já os ingressos para as sessões de longas no Cinema da Fundação e no Cinema do Museu custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). As sessões de curtas no Cinema da Fundação e no Cinema do Museu custam R$ 5,00 (meia para todos).

As vendas antecipadas de ingressos pelo site Sympla (clique aqui) são exclusivas para as sessões do Cinema São Luiz, iniciam terça-feira (06/11), às 10h, e continuam durante todo o festival. A plataforma cobra uma taxa adicional de R$ 2,00 por ingresso.

ABERTURA – A programação do 11ª Janela inicia na quarta-feira (7/11), no Cinema São Luiz, às 15h15 com o Programa Brasil Distópico Vol. 1 com a exibição de Abrigo Nuclear, filme brasileiro de ficção científica de 1981, produzido e dirigido na Bahia por Roberto Pires. Às 17h, teremos Programa Especial de Curtas “Estamos Todos Juntos”, seguido pela sessão do longa-metragem russo O Homem Que Surpreendeu Todo Mundo (The Man Who Surprised Everyone), de Natalya Merkulova e Aleksey Chupov, em competição.

A abertura oficial começa, às 21h, com o curta Quantos Eram Pra Tá?, de Vinicius Silva (premiere mundial), que revela o cotidiano de três jovens negros estudantes da USP, e o longa-metragem brasileiro Temporada, de André Novais Oliveira, premiado melhor filme do 51º Festival de Brasília.

Still de “Temporada”, de André Novais Oliveira

No Cinema da Fundação (Derby), a programação inicia, às 16h, com o programa da Mostra Competitiva de Curtas Internacionais “Feche os Olhos. Abra os Olhos”. Às 18h15, é exibido o longa chinês Longa Jornada Noite Adentro – segundo longa de Bi Gan, que teve seu Kaili Blues exibido no Janela -, um apaixonado acontecimento de cinema, um fluxo noturno de imaginação, delírio e virtuosismo com exibição em 3D. O filme fez parte da seleção Un Certain Regard, de Cannes 2018.

LONGAS – A Mostra Competitiva de longas-metragens reúne filmes nacionais e internacionais. De acordo com Luís Fernando Moura, coordenador de programação, foram selecionados filmes do recente circuito de festivais, entre Berlim, Veneza, Cannes, Locarno e Roterdã, com diversidade de origens e estilo. A Mistika Post apoia o festival com 20 mil reais em serviço de finalização como premiação para longa-metragem. “A mostra reúne filmes que de alguma forma iluminam ideias de resistência, diante das incertezas e dos assombros políticos, encontrando maneiras de afirmar a liberdade e a importância das relações”, explica. A curadoria de longas contemporâneos contou com assistência do crítico e cineasta Felipe André Silva.

Fazem parte da programação filmes expressamente ambientados em contexto de conflito político, como o documentário Kinshasa Makambo, de Dieudo Hamadi, observação ombro a ombro da impressionante militância no Congo, na intensa luta por eleições livres, ou Vermelho Sol, de Benjamin Naishtat (coprodução Brasil – Argentina), em que um advogado (vivido por Dario Grandinetti) se vê envolvido em investigação no ambiente de desaparecimentos políticos e paranóia geral na Argentina da década de 70.

Como em Vermelho Sol, há filmes que acessam o estado de coisas por via das fábulas, das alegorias e dos ensaios, como o filipino Tradução Nervosa (Nervous Translation), da jovem cineasta Shireen Seno, que acompanha uma garota de 8 anos que, entre fitas cassetes de música pop e exercícios de inglês, descobre uma caneta que pode “traduzir”, à maneira de uma escrita mágica, os pensamentos e sentimentos do complexo mundo dos adultos. Inspirado no folclore russo, O Homem Que Surpreendeu Todo Mundo (The Man Who Surprised Everyone), de Natasha Merkulova e Aleksey Chupov, se torna uma fábula política sobre um guarda florestal da Sibéria que assume a sua identidade de gênero e um novo padrão de comportamento como forma de enfrentar a sua própria mortalidade.

Da produção nacional, participam Temporada, de André Novais Oliveira, e Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes. Temporada é uma fábula realista do Brasil contemporâneo, com a atriz Grace Passô como protagonista, no papel de Juliana, que chega do interior para a periferia de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte e, trabalhando no combate a endemias, inicia uma aventura íntima e afetiva ao lado das pessoas que encontra. Já o cearense Inferninho, ambientado num bar, cria um mundo próprio, um refúgio para criaturas incríveis que abriga um conto de fadas em defesa da possibilidade de amar e do que o amor pode mudar.

CLÁSSICOS – O festival mais uma vez tem programa de clássicos. Entre os filmes, estão títulos com cópias recém-restaurada, como os brasileiros Central do Brasil (1998, de Walter Salles), que completa 20 anos, e Pixote – a Lei do Mais Fraco (1980, de Hector Babenco). A mostra de clássicos traz ainda A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981, Sam Raimi, Estados Unidos), Asas do Desejo (1988, Wim Wenders, Alemanha Ocidental), também com cópias restauradas no último ano, além da descoberta do raro Oponentes Invisíveis (Invisible Adversaries, 1977, Áustria) e a oportunidade de ver em cinema A Ascensão (1977, Larisa Shepitko, União Soviética). A exibição de Central do Brasil no dia 10 de novembro, no Cinema São Luiz, será seguida de debate com o ator Vinícius Oliveira, que protagonizou o filme ao lado de Fernanda Montenegro.

BRASIL DISTÓPICO VOL. 1 – Na faixa de programas convidados, o festival conta com um recorte da Mostra Brasil Distópico, já realizada no Rio de Janeiro, com curadoria de Rodrigo Almeida e Luís Fernando Moura. O programa conta com quatro filmes que levaram para as telas de cinema desencantos e assombros coletivos próprios aos presentes em que foram produzidos. Por vezes esses filmes apresentaram visões futuristas, com recursos da ficção científica, seja na ecodistopia Abrigo Nuclear (1981), de Roberto Pires; ou nas visões ainda infantis, impressionantes, de Brasília em Amor e Desamor (1966) e Brasília, Capital do Século (1959), ambos de Gerson Tavares. A faixa conta também com exibição de Conversas do Maranhão (1983), documento fundamental do contato do diretor Andrea Tonacci com os índios Canela Apãniekra nos anos 1970, que se tornaria um manifesto pela demarcação de terras em imagens raras e antológicas. Todos os filmes serão exibidos em cópias restauradas nos últimos anos.

ESPECIAIS – O festival apresenta filmes que se destacaram no circuito dos festivais recentemente em sessões especiais, fora de competição. Entre eles, estão o longa pernambucano Azougue Nazaré, de Tiago Melo, que estreou no Festival de Roterdã; Domingo, de Clara Linhart e Fellipe Barbosa, que teve estreia no Festival de Veneza; Los silencios, de Beatriz Seigner, exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes; Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, que passou na Semana da Crítica, também em Cannes; e Futebol Infinito, do romeno Corneliu Porumboiu, exibido no Festival de Berlim e grande alegoria para o pensamento em tempos de opressão e resistência. O Janela exibe ainda o curta Liberdade, de Vinícius Silva e Pedro Nishi, vencedor do Prêmio Especial do Júri no último Festival de Brasília.

Alguns dos principais filmes do ano terão pré-estreia no Janela. O vencedor da Palma de Ouro, Assunto de Família, de Hirokazu Kore-eda; Imagem e Palavra, novo filme de Jean-Luc Godard; Verão, de Kirill Serebrennikov, drama sobre o rock na Rússia soviética.

Da nova safra da produção pernambucana, são exibidos ainda os curtas Guaxuma, de Nara Normande; Reforma, de Fábio Leal; Caçador, de Leonardo Sette, em sessão especial no Cinema São Luiz.

TOCA O TERROR – O cineclube pernambucano Toca o Terror, dando continuidade à sua participação no Janela, apresentará a sessão em pré-estreia do longa brasileiro Morto Não Fala, história de terror sobre o trabalhador de um necrotério, vivido pelo ator Daniel de Oliveira, que tem o dom paranormal de se comunicar com os mortos. O sangrento longa de estreia do gaúcho Dennison Ramalho teve première mundial no Fantasia International Film Festival.

CURTAS-METRAGENS – As mostras competitivas de curtas-metragens nacional e internacional reúnem 19 obras, sendo dez curtas brasileiros e nove estrangeiros. Os filmes irão competir nas categorias melhor som, montagem, imagem e melhor filme. As obras brasileiras concorrem ainda ao prêmio Canal Brasil de Curtas que estimula a nova geração de cineastas, contemplando o curta vencedor com o troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$ 15 mil. Além disso, o Canal Brasil exibe em sua programação o curta vencedor, que no ano seguinte concorre ao Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas, no valor de R$ 50 mil. Os curtas foram selecionados por Janaína Oliveira, Mariana Souto, Rita Vênus e Fábio Leal, com coordenação de Luís Fernando Moura.

Sobre a linha curatorial diante do contexto político do País, Luís Fernando Moura conta: “É óbvio que estamos profundamente sensibilizados com as questões políticas do presente e a seleção de curtas deste ano é também, em particular, uma alternativa inevitável de tocá-las, seja de maneira explícita, seja pela força do sintoma, seja na suspeita de que há maneiras de escapar ou desviar que talvez possam reativar nossa imaginação coletiva. É uma seleção forte, para guardar na mente, despertar sonhos”.

Anna Muylaert em foto de Janine Moraes/MinC

AULA DE CINEMA – A roteirista e realizadora Anna Muylaert participa do Janela com uma aula de cinema no dia 10 de novembro, às 10h, no Cinema da Fundação. Anna Muylaert, grande realizadora de Durval Discos e Que Horas ela Volta?, convida cinéfilos, realizadores e roteiristas para a leitura do seu próximo roteiro, com a participação dos atores Fábio Leal e Maeve Jinkings. A leitura de um roteiro de cinema antecede a existência de um filme e é uma oportunidade única de compartilhar e testar ideias para o novo projeto. As inscrições são gratuitas através do email janeladecinema.recife@gmail.com.

RECLAB – O Janela Internacional de Cinema do Recife é parceiro do RECLab ’18 – II Encontro de Coprodução Internacional do Recife, realizado pela produtora Desvia em paralelo ao festival. Entre os dias 9 e 11 de novembro, o RECLab promove uma oficina e reuniões individuais com produtores internacionais. Através dessas atividades os participantes têm a oportunidade de conhecer as ferramentas e mecanismos existentes no Brasil e no exterior para fomentar a coprodução internacional, jogando luz sobre as oportunidades, riscos e desafios, estudando casos concretos e criando possibilidades de intercâmbio entre produtores Brasileiros e internacionais. As inscrições estão abertas até esta segunda (05/11) clicando aqui

JANELA CRÍTICA – O crítico Juliano Gomes mais uma vez coordena a oficina Janela Crítica, que oferece encontros, vivência com filmes e passe livre para todo o festival. Os textos desenvolvidos pelos participantes serão publicados no site do Janela e, ao final, o grupo premiará filmes através do júri Janela Crítica. Os selecionados são: Carolina de Lima Silva Moura, Dandara Cipriano, Gabriela Souto Maior dos Santos, Letícia Batista, Lorenna Rocha da Silva, William F. de Oliveira Santos.

SERVIÇO:

11º Janela Internacional de Cinema do Recife

De 7 a 11 de novembro de 2018

Salas: Cinema São Luiz (Centro), Cinema da Fundação (Derby) e Cinema do Museu (Casa Forte).

Ingressos:

  • Cinema São Luiz

Longas: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia)

Curtas: R$ 3 (meia para todos)

  • Cinema da Fundação e Cinema do Museu

Longas: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)

Curtas: R$ 5,00 (meia para todos)

As bilheterias dos cinemas abrem com 1 hora de antecedência da primeira sessão. As pessoas podem comprar até 2 ingressos para cada sessão. É possível comprar ingressos para todas sessões do mesmo dia.

As vendas antecipadas de ingressos pelo site Sympla são exclusivas para as sessões do Cinema São Luiz, iniciam na terça-feira (06/11), às 10h, e continuam durante todo o festival – clique aqui. A plataforma cobra uma taxa adicional de R$ 2,00 por ingresso.

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