Mensagem de abertura da 22a. Mostra de Cinema de Tiradentes, por Raquel Hallak.

(leia mais sobre a cerimônia de abertura clicando aqui)

“Senhoras e senhores,

Nenhuma empresa existe sozinha. Um governo só avança quando atua de mãos dadas. Um projeto torna-se realidade com participação.  Uma equipe engajada pode alcançar até a lua. Um trabalho em favor das pessoas e pela cidadania é memória viva, consagrada.

Se estamos aqui hoje reunidos é porque existe um propósito que nos une, que nos faz sentir fortes, que representa uma conjugação de esforços.

O percurso para chegar até aqui hoje e realizar esta edição foi complexo e desafiador num cenário de incertezas e mudanças mesmo diante de uma realização que já acumula mais de duas décadas de história.

Levantar este complexo de tendas, reunir 108 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais oferecer uma programação abrangente e gratuita prover a cidade de toda infraestrutura para sediar um empreendimento cultural, social, turístico e econômico do porte da mostra de cinema de Tiradentes que depende exclusivamente de patrocínio para acontecer, é preciso ter um entendimento por parte dos governos e da sociedade que a cultura é alimento da alma, que a cultura é um bom negócio que gera renda, emprego, oportunidades e desenvolvimento é uma manifestação suprema da diversidade de uma nação, da vida em toda sua intensidade e história.

Portanto, estar aqui hoje não é resistir e nem ocupar é honrar com o compromisso de lutar pelo que é produzido no brasil, pela pátria das nossas imagens, dos corpos que as fazem, dos que as reconhecem e aplaudem.

A vida pede mais cinema, pede passagem para uma imensa legião de pessoas que querem contribuir com o País, querem colocar a cultura no plano central das grandes discussões da vida brasileira.

Fernanda e Raquel Hallak, e Quintino Vargas em foto de Leo Lara/Universo Produção

Um lugar de inovação e expressão da criatividade que integra também o cenário do desenvolvimento econômico, socialmente justo e sustentável.

O Brasil precisa de todos nós e nós queremos exercer a democracia com soberania queremos multiplicar resultados assegurar respeito à diversidade, carimbar avanços.

O Brasil não é partidário. é colorido e múltiplo. abençoado. É gigante pela própria natureza e tem uma riqueza humana que estará expressa nas telas, nas ruas, nas praças, nos palcos desta edição, que clama por inclusão.

Abrimos hoje o calendário audiovisual brasileiro. e fazemos isto de mãos dadas, de peito aberto. Destacando as produções que apontam o corpo como potência, pendor político e social, presença e infinitude em todas as suas possibilidades de expressão e enunciação.

Um encontro de autênticos gênios da criação, incansáveis trabalhadores da cultura, pesquisadores, historiadores, acadêmicos, profissionais do audiovisual, críticos de cinema, imprensa, patrocinadores, parceiros, colaboradores, moradores de tiradentes, turistas e com todos que vocês que marcam presença, porque a Mostra de Cinema de Tiradentes não é uma realização isolada, de uma pessoa, de uma empresa ou de um governo.

A Mostra de Tiradentes é uma ação coletiva, necessária e vital para revelar o que nos move, o que nos faz sentir potentes enquanto aprendemos a dançar na chuva até a tempestade passar.

Fica aqui um convite… vamos ser engrenagem nesta vida. É muito difícil imaginar a vida sem cultura, sem cinema. O cinema molda o nosso olhar sobre o mundo. E a arte nos faz melhores, mais humanos, mais tolerantes com as diferenças e nos ajuda a perceber que estamos no mesmo barco e que ‘navegar é preciso’.

Aqui é o Brasil. Diante de nossos olhos, os enquadramentos, em breves instantes fazem com que tudo fique grande e se apresente. As imagens livres revelam a nova face do cinema brasileiro sobre os efeitos do tempo.

A vida pede mais cinema, pede coragem, diversão e arte!

Sejam bem-vindos!”