22a Tiradentes (2019) – premiação
Goiás sai consagrada da “Aurora” com “Vermelha”. E a Paraíba ganha a “Foco” com o curta “Caetana”
Por Luiz Joaquim | 27.01.2019 (domingo)
– com informações da assessoria da Mostra. Na foto acima, de Beto Staino, Getúlio Ribeiro ao microfone.
O cinema goiano foi o grande vencedor da premiação da 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A cerimônia de encerramento, na noite de sábado (26 de janeiro), no Cine-Tenda, consagrou os longas-metragens “Vermelha”, de Getúlio Ribeiro, escolhido como melhor da Mostra Aurora pelo Júri da Crítica e ganhador do Troféu Barroco e de prêmios de parceiros do evento; e “Parque Oeste”, de Fabiana Assis, que levou o Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor título da Mostra Olhos Livres.
“Vermelha” foi realizado pela produtora Dafuq Films, fundada por jovens formados no curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás. No texto de justificativa, o Júri da Crítica explicou a escolha do filme “pelo investimento e confiança nas bordas do acontecimento, nos lembrando das potências políticas da opacidade, e esculpindo uma ação metafórica através de sua materialização em ideias sonoras e pictóricas, fazendo com que a economia gramática do filme exprima sua ideia motriz em cada quadro”.
Ao receber o Troféu Barroco no palco do Cine-Tenda, Getúlio Ribeiro estava com sua equipe de produção e personagens do filme – pai, mãe, irmã e um amigo da família. “Levamos esse prêmio sem nenhuma pretensão!”, comemorou Gaúcho, pai do diretor e ator principal de “Vermelha”. E completou: “Que saudade da minha cachorra Vermelha!”, em referência à personagem-título do longa. Getúlio, emocionado, foi também breve em sua fala: “Vou deixar aqui só no cumprimento”.
Já “Parque Oeste” resgata imagens de um ataque da Polícia Militar de Goiânia em 2005 para destruir uma ocupação urbana. A diretora Fabiana Assis, ao receber o prêmio, definiu seu trabalho como “um filme que, acima de tudo, fala de esperança” e homenageou Eronilde Nascimento, sua personagem principal no documentário.
Na justificativa pela escolha, o Júri Jovem defendeu o “cuidado e dignidade de se filmar o sofrimento, sem suavizar o horrível de suas imagens, ou nele se estagnar, por mostrar um futuro a ser construído por corpos que, mesmo atravessados pelo risco constante do presente, seguem adiante, e por ressoar o tremor da vida que resiste, sempre, porque essa é sua única possibilidade”.
O Prêmio Helena Ignez 2019, oferecido pelo Júri da Crítica a um destaque feminino em qualquer função nos filmes da Aurora e Foco, foi para a montadora Cristina Amaral, pelo trabalho realizado em “Um Filme de Verão”, de Jô Serfaty. O Júri da Crítica elogiou Cristina por seu “trabalho de excelência, que se constrói com precisão de olhar e fluidez entre os planos, como uma voz e presença ímpar na montagem cinematográfica, que atravessa mais de 30 anos no cinema brasileiro como uma potência que se reitera e atualiza numa execução brilhante”.
Pela Mostra Foco, o Júri da Crítica escolheu o curta-metragem “Caetana”, produção da Paraíba com direção de Caio Bernardo. O prêmio se deu, segundo os integrantes do júri, “pelo investimento e confiança nas bordas do acontecimento, nos lembrando das potências políticas da opacidade, e esculpindo uma ação metafórica através de sua materialização em ideias sonoras e pictóricas, fazendo com que a economia gramática do filme exprima sua ideia motriz em cada quadro”.
O Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Foco, foi para “Negrum3” (SP), de Diego Paulino. Este mesmo filme levou prêmio na categoria de Júri Popular.
Em longa-metragem, o Júri Popular escolheu a produção carioca “Meu Nome é Daniel”, de Daniel Gonçalves. O diretor estava no Cine-Tenda e agradeceu o reconhecimento a seu trabalho. “Deve ser a primeira vez que uma pessoa com deficiência conta a sua própria história no cinema”, celebrou.
CONFIRA OS PREMIADOS DA 22ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES E A JUSTIFICATIVA PARA OS PRÊMIOS CONCEDIDOS PELOS JÚRIS OFICIAIS:
– Melhor longa-metragem Júri Popular: Meu Nome é Daniel (RJ), de Daniel Gonçalves.
Troféu Barroco;
Da Mistika: R$ 20 mil em serviços de finalização
– Melhor curta-metragem Júri Popular: Negrum3 (SP), de Diego Paulino.
Troféu Barroco;
Da Ciario: R$ 5 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Do CTav: 20 horas de mixagem e empréstimo de câmera por duas semanas;
Da Mistika: R$ 6 mil em serviços de finalização
– Melhor curta-metragem pelo Júri da Crítica, Mostra Foco: Caetana (PB), de Caio Bernardo.
“Pelo investimento e confiança nas bordas do acontecimento, nos lembrando das potências políticas da opacidade, e esculpindo uma ação metafórica através de sua materialização em ideias sonoras e pictóricas, fazendo com que a economia gramática do filme exprima sua ideia motriz em cada quadro.”
Troféu Barroco;
Da Ciario: R$ 5 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Do CTav: 20 horas de mixagem e empréstimo de câmera por duas semanas;
Da DOT Cine: duas diárias de correção de cor e máster DCP para curta de até 20 minutos;
Da ETC Filmes: Serviço completo de acessibilidade – legenda descritiva, audiodescrição e Libras para um longa de até 20 minutos.
– Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, da Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach: Parque Oeste (GO), de Fabiana Assis.
“Pelo cuidado e dignidade de se filmar o sofrimento, sem suavizar o horrível de suas imagens, ou nele se estagnar, por mostrar um futuro a ser construído por corpos que, mesmo atravessados pelo risco constante do presente, seguem adiante, e por ressoar o tremor da vida que resiste, sempre, porque essa é sua única possibilidade.”
Troféu Barroco;
Da Ciario: R$ 10 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Da Cinecolor: 40 horas de mixagem;
Da Dotcine: máster DCP para longa de até 120 minutos
– Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri da Crítica: Vermelha (GO), de Getúlio Ribeiro.
“Por manejar, através da imprevisibilidade de sua condução, uma sutil unidade de medida para si e por conceber assim um dinâmico exercício cosmodoméstico sobre a ideia de narração, edificando uma vigorosa investigação de um Brasil sem mar, conjugando humor e experimentação estrutural.”
Troféu Barroco;
Da Ciario: R$ 10 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Da Cinecolor: 40 horas de mixagem;
Da ETC Filmes: Serviço completo de acessibilidade – legenda descritiva, audiodescrição e Libras para um longa de até 100 minutos
Da Dotcine: máster DCP para longa de até 120 minutos
– Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Cristina Amaral, montadora de Um Filme de Verão (RJ). “Pelo trabalho de excelência, que se constrói com precisão de olhar e fluidez entre os planos, como uma voz e presença ímpar na montagem cinematográfica, que atravessa mais de 30 anos no cinema brasileiro como uma potência que se reitera e atualiza numa execução brilhante.”
– Prêmio Canal Brasil de Curtas: Negrum3 (SP), de Diego Paulino.
0 Comentários