5. Pajeú (2019) – seleção
61 curtas e 7 longas serão exibidos em 15 dias serão exibidos em 4 municípios no Sertão do Pajeú
Por Luiz Joaquim | 20.04.2019 (sábado)
– Com informações da assessoria da Mostra. Na foto, still de Pastor Cláudio, doc. que abre o evento.
A Mostra Pajeú de Cinema anunciou quinta-feira (18/4) os filmes selecionados para a sua quinta edição. No total, 61 curtas e sete longas-metragens brasileiros serão exibidos em quinze dias de programação em quatro municípios do Sertão do Pajeú. Uma das novidades deste ano é a inclusão de Carnaíba no circuito de exibição de curtas, ao lado de Iguaracy e Ingazeira, enquanto o público de Afogados da Ingazeira poderá assistir curtas e longas no Cine S. José, cinema de rua original de 1942, especialmente reativado para o evento.Viabilizado pelo Funcultura / Governo do Estado e organizado pela Pajeú Filmes, a 5ª MPC será realizada de 3 a18 de maio. A programação completa com horários, mostras e demais atividades de formação serão divulgadas no fim de abril.
De acordo com a coordenadora de formação, Bruna Tavares, esta é uma edição especial da MPC, que completa cinco anos. “Entre dificuldades e conquistas, permanecemos na luta e queremos traduzir isso na nossa tela. Todo o nosso planejamento e atividades estão sendo pensadas a partir dessa perspectiva de resistência e luta. Não é fácil manter as portas abertas para o cinema nacional no sertão, mas estamos conseguindo e firmando território na região do Pajeú”. Bruna também ressalta a nova identidade visual da MPC, criada pela artista Ianah Maia: “É uma arte que expressa o nosso desconforto e a nossa posição diante das questões que assolam o país. O cinema tem sido nosso modo de combate, nosso modo de registrar e propor reflexão”.
Entre os destaques da programação estão os longas pernambucanos Estou me guardando para quando o Carnaval chegar, de Marcelo Gomes (que estreou em fevereiro no Festival de Berlim e ganhou prêmio da crítica + menção honrosa no festival É Tudo Verdade); Azougue Nazaré, de Tiago Melo, que estreou ano passado no Festival de Rotterdam; e Mateus, novo documentário de Déa Ferraz (com a atriz e brincante Odília Nunes), que faz sua estreia brasileira na 5ª MPC.
Completam o programa dois longas paulistas e um carioca, todos com extensa carreira em festivais: a ficção A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida (com Júlio Machado, Nina Medeiros, Luciana Paes); o documentário Fabiana, em que a diretora Brunna Laboissière acompanha a última viagem de uma mulher trans, caminhoneira, depois de 30 anos percorrendo as estradas do Brasil; e o documentário Pastor Cláudio, baseado no encontro entre o bispo evangélico Cláudio Guerra, responsável por assassinar e incinerar os opositores à ditadura militar brasileira, e Eduardo Passos, psicólogo e ativista dos Direitos Humanos. Pastor Cláudioserá o filme de abertura da mostra em Afogados da Ingazeira no domingo, 12 de maio, em sessão seguida de debate com a diretora Beth Formaggini.
A seleção de curtas leva para o sertão filmes de quatro regiões do país, destaque para Noir Blue, de Ana Pi, coreógrafa mineira radicada na França, e O órfão, de Carolina Markowicz (selecionado para a última Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes). Entre as produções pernambucanas, serão apresentados os novos trabalhos de Tila Chitunda (Nome de Batismo – Frances, que acaba de estrear no festival É Tudo Verdade); Lia Letícia (Thinya); Rita Carelli (A Era de Lareokotô); e a animação pernambucana Guaxuma, de Nara Normande (selecionado pelo Festival de Annecy, na França, e eleito melhor curta no Festival de Gramado). Há também grande presença de filmes da Paraíba, o que reflete o ótimo momento para o cinema feito no estado vizinho, reconhecido nacional (A ética das hienas e Caetana – Mostra de Tiradentes) e internacionalmente (Crua – Festival de Rotterdam).
A curadoria da 5ª MPC é formada pelo pesquisador e crítico André Dib (Afogados da Ingazeira, sessão acessível e matinês) e pelos diretores da MPC, Bruna Tavares e William Tenório (Carnaíba, Iguaracy e Ingazeira). “Pensamos em abordagens que mantivessem o espírito da MPC e que pudessem dialogar com a realidade dos lugares”, diz Bruna. “Carnaíba, Ingazeira e Iguaracy são cidades muito especiais e particulares, e precisamos estar atentos para isso na hora de escolher os filmes. Nosso objetivo, para além da exibição, é convidar esse público para refletir o que estamos vivendo no país. A tela é a nossa forma de traduzir a sociedade e as possibilidades de mobilização para um mundo melhor”.
Oficinas – Este ano a MPC contará com a Oficina de Crítica Cinematográfica com a jornalista e professora sergipana Suyene Santos, que nos dias 10 e 11 discutirá em Afogados da Ingazeira as diferentes formas de crítica e o contexto do ofício no cenário contemporâneo do cinema. Suyene é mestre em comunicação pela UFS e especialista em jornalismo cultural pela Universidade Tiradentes (UNIT). Trabalhou como repórter do Jornal da Cidade (SE), comanda o site Bangalô Cult (criado como blog em 2008) e é repórter do jornal CINFORM (SE). As inscrições para a oficina de crítica estão abertas e seguem até 26 de abril, pelo site da Mostra. Já a “Oficina Rápida de Cinema Ligeiro” será ministrada em Carnaíba, Ingazeira e Iguaracy pela realizadora pernambucana Eva Jofilsan e que contempla as possibilidades estéticas das vinhetas audiovisuais.
5ª Mostra Pajeú de Cinema – FILMES SELECIONADOS
* inédito no Brasil
** inédito em Pernambuco
AFOGADOS DA INGAZEIRA
Longas
A sombra do pai (SP, 2018), de Gabriela Amaral Almeida**
Azougue Nazaré (PE, 2018), de Tiago Melo
Bloqueio (RJ, 2018), de Victoria Alvares e Quentin Delaroche
Estou me guardando para quando o Carnaval chegar (PE, 2019), de Marcelo Gomes
Fabiana (SP, 2018), de Brunna Laboissière**
Mateus (PE, 2018), de Déa Ferraz*
Pastor Cláudio (RJ, 2018), de Beth Formaggini
Curtas
A era de Lareokotô (PE, 2019), de Rita Carelli
A ética das hienas (PB, 2019), de Rodolpho de Barros**
As aulas que matei (DF, 2018), de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia**
BR3 (RJ, 2018), de Bruno Ribeiro
Caetana (PB, 2018), de Caio Bernardo
Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados (PE, 2018), de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cris Araújo, Pedro Maia De Brito
Crua (PB, 2019) de Diego Lima**
Estamos todos aqui (SP, 2017), de Chico Santos & Rafael Mellim
Fartura (RJ, 2019), de Yasmin Thayná**
Guaxuma (PE, 2018), de Nara Normande
Maré (BA, 2018), de Amaranta César
Mesmo com tanta agonia (SP, 2018), de Alice Andrade Drummond
Nome de batismo – Frances (PE, 2019), de Tila Chitunda**
Noir Blue – deslocamentos de uma dança (MG/França, 2018), de Ana Pi
O órfão (SP, 2018), de Carolina Markowicz
Quando decidi ficar (PB, 2018), de Maycon Carvalho
Sua invariável gentileza toca o meu complicado coração (BA, 2018), de Marcus Curvello**
Thinya (PE, 2019), de Lia Letícia
Verde Limão (PE, 2018), Henrique Arruda
Matinê
A luta (MG, 2017), de Bruno Bennec**
Bia Desenha: Burrinho no espaço (PE, 2018), de Kalor Pacheco e Neco Tabosa
Bia Desenha: O nascimento de Zalika + Tarefinhas (PE, 2018), de Kalor Pacheco e Neco Tabosa
Bia Desenha: Anjo de jambo (PE, 2018), de Kalor Pacheco e Neco Tabosa
Cadarço (SP, 2017), de Eduardo Mattos
Dando asas à imaginação (RJ, 2017), de Arthur Felipe Fiel e Joao Marcos Nascimento**
Fazenda Rosa (PE, 2018), de Chia Beloto
Mini Miss (PE, 2018), de Rachel Daisy Ellis
O Malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
O Violeiro Fantasma (GO, 2018), de Wesley Rodrigues
Uma história das cores (RJ, 2018), de Vitor Hugo Fiuza**
Viagem na chuva (GO, 2014), de Wesley Rodrigues
Sessão acessível
Cadarço (SP, 2017), de Eduardo Mattos
Coleção (PE, 2019), de André Pinto e Henrique Spencer
Cor de Pele (PE, 2018), de Lívia Perini
Majur (MT, 2018), de Rafael Irineu
Nova Iorque (PE, 2018), de Leo Tabosa
O malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
Victor vai ao Cinema (PE, 2017), de Albert Tenório
CARNAÍBA
A viagem de Ícaro (GO, 2018), de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes
ARARA: um filme sobre um filme sobrevivente (MG, 2017), de Lipe Canêdo
Da curva pra cá (ES, 2018), de João Oliveira
Eu vejo flores (PR, 2018), de Bruna Steudel
Invasão Drag (RJ, 2018), de Rafael Ribeiro**
O malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
Quilombo Mata Cavalo (ES, 2018), de Victor Hugo Fiuza**
Um corpo feminino (RS, 2018), de Thais Fernandes**
Uma história das cores (RJ, 2018), de Victor Hugo Fiuza**
Xavier (SP, 2017), de Ricky Mastro
IGUARACY
A fabula da corrupção (RS, 2011), de Lisandro Santos
Ainda ontem (PR, 2018), de Jessica Candal
Cadarço (SP, 2017), de Eduardo Mattos
Médico de Monstro (SP, 2017), de Gustavo Teixeira
Megg: a margem que migra para o centro (PR, 2018), de Larissa Nepomuceno e Eduardo Sanches**
Mesmo com tanta agonia (SP, 2018), de Alice Andrade Drummond
O muro era muito alto (RJ, 2018), de Marcelo Marão**
Tempo Circular (PE, 2018), Graci Guarani
Uma família ilustre (RJ, 2015), de Beth Formaggini
INGAZEIRA
#JURI (MT, 2018), de Samantha Col Debella**
Animais (SP, 2015), de Guilherme Alvernaz
Azul Vazante (SP, 2018), de Julia Alquéres
Codinome Breno (RN, 2018), de Manoel Batista
Impermeável pavio curto (MG, 2018), de Higor Gomes
Lençol de inverno (PE, 2018), de Bruno Rubim
Nova Iorque (PE, 2018), de Leo Tabosa
O esquema (PE, 2018), de Caio Dornelas
Quando a chuva vem? (PE, 2019), de Jefferson Batista de Menezes Silva
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