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Festivais

47. Gramado (2019) – “Frida”, “Hebe” e “Veneza”

Filmes grandes ou grandes filmes? Sobre “Hebe” e “Veneza”

Por Luiz Joaquim | 23.08.2019 (sexta-feira)

– Em foto divulgação de Edison Vara/Agência Photopress, o diretor Miguel Falabella lê a Carta de Gramado

GRAMADO (RS) – A 47. edição do Festival de Cinema de Gramado vai chegando ao fim. Na noite de hoje (23) exibem os últimos títulos em competição. São eles, os curtas-metragens Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes (vencedor do prêmio Canal Brasil, no 23O Cine-PE); e Amor aos vinte anos, de Filipe Poroger e Toti Loureiro, fazendo uma releitura do clássico episódio de Truffaut (Antoine et Colette) do homônimo longa-metragem de 1962.

Entre os longas-metragens, exibe a coprodução México-Costa Rica, Dos Fridas, de Ishtar Yassin, inspirado na relação da pintora mexicana Frida Kahlo e sua enfermeira costariquenha Judith Ferreto. No elenco, a atriz portuguesa Maria de Medeiros.

Still de “Dos Fridas”

E o último longa a exibir por aqui é 30 anos blues. Vem de São Paulo, sob direção de Andradina Azevedo e Dida Andrade. O tema é o comportamento de adultos que não querem deixar de ser crianças.

FILMES GRANDES OU GRANDE FILMES? – As noites de ontem (22) e de quarta-feira (21), viram aportar em Gramado duas novas grandes produções brasileiras. Foram, respectivamente, Veneza, de Miguel Falabella (ontem), e Hebe: a estrela do Brasil, de Maurício Farias.

Ambos filmes sobre mulheres marcantes, ambos com rica distribuição a ser realizada no circuito comercial, ambos limitados em seus resultados.

No primeiro filme, Falabella tem no elenco o luxo de contar com Carmem Maura e Dira Paes. A atriz espanhola é Gringa, uma velha cega e frágil, dona de um bordel, que sonha em ir à cidade italiana que dá título ao filme para reencontrar um amor da juventude. Dirá vive Rita, a mais próxima de Gringa na casa, que lhe promete realizar o sonho.

Há descompasso na primeira parte de Veneza na medida em que o filme se estrutura para apresentar seu ambiente e seus personagens. Falabella, a partir da peça teatral de Jorge Accame, não ajuda na construção de uma empatia pelos seus personagens. Já próximo ao desfecho, a obra ganha um pouco de fôlego, por conta do charme, na estratégia visual que a produção define, ao realizar o sonho de Gringa.

Still de “Hebe: A estrela do Brasil”

Já a dona de Hebe: a estrela do Brasil é a protagonista Andrea Beltrão. A atriz surge aqui esforçada em sua missão, mas desfilando dentro de um roteiro que parece querer tornar a famosa apresentadora de tevê mais engajada socialmente do que foi, e menos polêmica – politicamente falando – do que se sabe.

O filme optou por um recorte bem conveniente aos dias atuais – os anos 1980, na transição da estrela da TV Bandeirantes para o SBT -, ou seja, um pequeno sopro, apenas, dentro de uma carreira que foi tão rica e curiosa como foi a da loira que semanalmente recebia seus convidados para debater o país no seu sofá.

POLITICA CULTURAL – Antes da sessão de Veneza, ontem (22), e mesmo antes de falar de seu filme, o diretor Miguel Falabella leu uma carta assinada por 63 entidades (incluindo a Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine) em defesa do audiovisual brasileiro.

Leia a carta na íntegra logo abaixo e veja o vídeo do CinemaEscrito.com da apresentação.

* Viagem a convite do festival.

CARTA DE GRAMADO

Profissionais e entidades representativas do Audiovisual Brasileiro vêm se manifestar em apoio à manutenção e ao fortalecimento das políticas públicas para o desenvolvimento do setor.

Apoiamos a permanência e independência da Ancine, agência responsável pelas

políticas públicas de fomento e regulamentação, cada vez mais ativa, livre e desburocratizada com foco no desenvolvimento de uma cinematografia forte, capaz de representar o Brasil em toda a sua diversidade.

Apoiamos o Fundo Setorial do Audiovisual, a sua vinculação à Ancine e a nomeação do Comitê Gestor. Seus recursos são gerados pelo próprio setor de forma autossustentável.

Apoiamos a Lei da TV Paga (12.485), pelo seu papel decisivo no crescimento do

setor e por facilitar o acesso da população ao conteúdo nacional independente. Reivindicamos a renovação da Cota de Tela cujo decreto para o ano de 2019 ainda não foi assinado pelo governo brasileiro.

Reivindicamos a renovação do Recine e da Lei do Audiovisual, antes da sua expiração em dezembro deste ano.

Apoiamos a regulação do VOD, que precisa estabelecer as bases deste novo mercado e integrar este segmento às políticas de estímulo à produção nacional.

Contestamos a Portaria 1.576, de 20 de agosto, que suspende os termos do Edital de

Chamamento das TVs Públicas publicada ontem.

Repudiamos qualquer ataque e qualquer tipo de censura que atenta à liberdade de expressão e fere os preceitos constitucionais garantidos pelo Art. 5o da Constituição. O audiovisual brasileiro vive o seu melhor momento, com reconhecido potencial cultural, artístico e econômico dentro e fora do país. A nossa cadeia produtiva é dinâmica e movimenta mais de 25 bilhões de reais por ano, representando 0,46% do PIB brasileiro, tem uma taxa de crescimento de 8,8% ao ano e é responsável por mais de 330 mil empregos.

Garantir um audiovisual fortalecido e livre é fundamental para a soberania nacional.

Gramado, 22 de agosto de 2019.

ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas ABRACI – Associação Brasileira de Cineastas/RJ APACI – Associação Paulista de Cineastas

APAN – Associação de Profissionais do Audiovisual Negro

API – Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro BRAVI – Brasil Audiovisual Independente

CONNE – Conexão Audiovisual Norte, Nordeste e Centro-Oeste FAMES – Fórum Audiovisual MG, ES e Sul/PR, SC e RS

SIAESP – Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo SICAV – Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual

SINDAV – Sindicato da Indústria Audiovisual de Minas Gerais SPCINE – Empresa de Cinema e Audiovisual da Cidade de São Paulo

APROCINE – Associação de produtores e realizadores de cinema e audiovisual DF APTC-RS – Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do RGS SANTACINE – Sindicato da Indústria do Audiovisual de Santa Catarina

SIAPAR – Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná

SIAV – RS Sindicato da Indústria Audiovisual do Rio Grande do Sul SINAES – Sindicato da Indústria Audiovisual do Espírito Santo ABRACINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema ACCIRS – Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul

ANDAI – Associação Nacional Distribuidores Audiovisual Independente Associação de Críticos de Cinema do Pará – ACCPA

FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul

FORCINE – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual FUNDACINE – Fundação de Cinema RS

SINDCINE – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual de SP, RGS, MT, MS, GO, TO e DF

Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual

SINTRACINE – Sindicato dos Trabalhadores do Cinema e do Audiovisual de SC ABCA, Associação Brasileira do Cinema de Animação

ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo

ABD Capixaba – Associação Brasileira de Documentarias e Curta-metragistas ES ABD-PE/Apeci – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas/ Associação Pernambucana de Cineastas

ADA–RS/BRASIL – Assistentes de Direção Associados do Rio Grande do Sul

AIC – Academia Internacional de Cinema

APC Associação de Produtores e Cineasta da Bahia Articulação do Audiovisual Paraense

AVEC-PR – Associação de Cinema e Vídeo do Paraná Bacharelado em Cinema e Audiovisual da UFPE Câmara Setorial do Audiovisual do Ceará – CSA Cinemateca Catarinense

ABD- SC – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de SC Coletivo Damballa – coletivo de cinema negro (ES)

Convergência Audiovisual – DF

CORA – DF: Coletivo de Realizadoras de Audiovisual do DF Curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Curso de Cinema e Audiovisual – UNISUL

Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará – UFPA Curso de Realização Audiovisual – UNISINOS

Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual da PUCRS DAFB – Coletivo das Diretoras de Fotografia do Brasil

edt – Associação de Profissionais de Edição Audiovisual elaSCine – Mulheres do Audiovisual Catarinense Fórum do Audiovisual Capixaba (ES)

Fórum do Audiovisual da Paraíba

Fórum dos Festivais – Fórum Nacional dos Organizadores de Eventos Audiovisuais Brasileiros

Fórum Permanente Setorial do Audiovisual de Florianópolis FSAL – Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano

GAMA – Associaçao dos Produtores de Game e Animação MAVDF – Mulheres do Audiovisual do Distrito Federal Mulheres do Audiovisual Baiano

Mulheres do Audiovisual Brasil

Mulheres no Audiovisual Pernambuco – MAPE

SOCINE – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual

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