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Críticas

Alice Guy-Blaché

A história não contada da primeira cineasta do mundo

Por Luiz Joaquim | 21.06.2020 (domingo)

Há uma simetria de intenções narrativas nos arrasa-quarteirão de ficção hollywoodianos com o modelo mainstream de documentários norte-americanos. E Alice Guy-Blaché: A história não contada da primeira cineasta do mundo (Be Natural: The Untold Story os Alice Gui-Blaché, EUA, 2018) está nesse pacote. E isso não é um elogio.

Dirigido por Pamela B. Green, o documentário faz um louvável e envolvente levantamento sobre aquela que foi a primeira mulher a dirigir, produzir, roteirizar e comandar um estúdio de cinema em Hollywood. A Alice Guy do título teve o crédito de seu pioneirismo abafado pelos iniciais historiadores masculinos, que, mesmo em meados dos 1970, ainda questionavam a validade de seus feitos vinculados à realização de mais de mil filmes, desde 1896, e tendo revolucionado a narrativa cinematográfica para além das iniciais ‘vistas’ dos irmãos Lumière.

Nesse sentido, A história não contada da primeira cineasta… funciona como bom estímulo, em termos introdutórios, àqueles que nunca souberam de Alice Guy (e esses ainda são muitos em 2020). O documentário parece se exceder ao insistir na validação de seus pioneiros (e num certo bairrismo em favor à sua atuação nos EUA). Aqui, o filme funciona quase como um advogado, mas concentra-se pouco no que poderia ser seu melhor, a avaliação das obras da cineasta.

Afora o curioso e valioso que o tema apresenta, há de atraente também a forma como a diretora e também montadora B. Green resolve conduzir essa história, ou seja, incluindo nela própria os meios pelos quais alcançou as respostas que procurava para as perguntas: Por que Alice Guy foi esquecida? E como se deu o seu apagamento na história do cinema?

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