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Festivais

48º Gramado (2020) – Premiação

“King Kong em Asunción” conquista Gramado.

Por Luiz Joaquim | 27.09.2020 (domingo)

– na reprodução de Ana Amélia, a emoção de Camilo Cavalcante no momento em que recebeu a notícia sobre o principal prêmio da noite. 

Em 2013, pela primeira vez, um longa-metragem Pernambuco conquistou o Kikito de melhor filme no Festival de Cinema de Gramado. O troféu chegou pelas mãos de Hilton Lacerda, por Tatuagem. Ontem (26), foi a vez de Camilo Cavalcante repetir o feito com o seu King Kong em Asunción. Obra que saiu da Serra Gaúcha dona também do título de melhor filme do júri popular, de melhor ator (Andrade Júnior, in memorian) e de melhor trilha musical (de Shaman Herrera, prêmio esse dividido com o longa Todos os mortos).

Aos quatro prêmios de King Kong… somam-se outro cinco vinculados a talentos do cinema de Pernambuco. Quatro conquistados pelo curta-metragem Inabitável, de Enock Carvalho e Matheus Farias (roteiro, atriz – para Luciana Souza-, prêmio Abraccine – da crítica-, e Prêmio Canal Brasil), e um para o ator pernambucano Thomas Aquino como ator coadjuvante em Todos os mortos, produção paulista dirigida por Caetano Gotador e Marco Dutra.

Camilo Cavalcante em foto de Edison Vara / Agência Pressphoto

Além da comovente e genuína surpresa de Camilo Cavalcante escutando, de casa, por meio da plataforma Zoom, o nome de seu filme ser anunciado por Renata Boldrini como o grande vencedor da noite, um outro momento igualmente emocionante na noite da premiação foi proporcionado por Ruy Guerra, 89 anos, agradecendo pelo Kikito de melhor direção por Aos pedaços (filme contemplado pela fotografia de Pablo Baião e pelo desenho de som de Bernardo Uzeda).

Guerra fez questão de frisar a “escuridão em que estamos vivendo”: “Um governo que dizima as populações indígenas e quilombolas. Um governo racista, que promove uma avalanche de destruição”. E, além de agradecer ao festival pela janela que representou, pela qual se podia respirar um pouco de ar puro na poluição da política brasileira, o veterano diretor também foi firme ao dizer que os artistas são bichos resistentes e não morrerão. Declarou seu olhar atento ao trabalho de Felipe Bragança com Um animal amarelo, e saudou o amigo Joaquim Pedro de Andrade (1938-1988), com quem quer voltar a encontrar para continuar conversas antigas.

Ruy Guerra em foto de Edison Vara / Agência Pressphoto

Bragança ficou com Kikito de roteiro, e a atriz Isabél Zuaa levou o de melhor atriz por Um animal… A produção também ficou com o prêmio Abraccine, e deu ao ator Higor Campgnaro uma menção honrosa pelo seu protagonismo, além do Kikito de melhor direção de arte para Dina Salem Levy.

CURTA – O Kikito de melhor curta-metragem da edição 2020 de Gramado foi para a Amazônia, por O barco e o rio, sob a direção madura de Bernardo Ale Abinader (também premiado pela direção, fotografia, direção de arte e júri popular). O melhor filme estrangeiro escolhido pelo júri oficial foi o colombiano La frontera, de David David, que ficou com o Kikito de melhor roteiro e deu o prêmio, dividido, de melhor atriz para Daylin Veja Moreno e Sheila Monterola.

Conheça todos os prêmios do 48º Festival de Cinema de Gramado na lista abaixo.

Vencedores

Longa-metragem Brasileiro – LMB
Melhor Filme recebe o Kikito +  prêmio de R$ 25 mil
Demais categorias recebem o Kikito + R$ 2 mil

Melhor Filme – King Kong en Asunción
Melhor Direção – Ruy Guerra, por Aos Pedaços
Melhor Ator – Andrade Júnior, por King Kong en Asunción
Melhor Atriz – Isabél Zuaa, por Um Animal Amarelo
Melhor Roteiro –  Felipe Bragança, por Um Animal Amarelo
Melhor Fotografia – Pablo Baião, por Aos Pedaços
Melhor Montagem – Eduardo Gripa, por Me Chama Que Eu Vou
Melhor Trilha Musical – Salloma Salomão, por Todos os Mortos e Shaman Herrera, por King Kong en Asunción
Melhor Direção de Arte – Dina Salem Levy, por Um Animal Amarelo
Melhor Atriz Coadjuvante – Alaíde Costa, por Todos os Mortos
Melhor Ator Coadjuvante – Thomás Aquino, por Todos os Mortos
Melhor Desenho de Som – Bernardo Uzeda, por Aos Pedaços
Prêmio Especial do Júri: Elisa Lucinda, por Por que você não chora?
Menção Honrosa do Júri: Higor Campagnaro, por Um Animal Amarelo

Longa-metragem Estrangeiro – LME

Melhor Filme recebe o Kikito +  prêmio de R$ 12 mil
Demais categorias recebem o Kikito + R$ 1,5 mil

Melhor Filme – La Frontera
Melhor Direção – Mariana Viñoles, por El gran viage al país pequeño
Melhor Ator – Anibal Ortiz, por Matar a un Muerto
Melhor Atriz – Daylin Vega Moreno (Diana), Sheila Monterola (Chalis), por La Frontera
Melhor Roteiro – David David, por La Frontera
Melhor Fotografia – Nicolas Trovato, por El Silencio del Cazador
Prêmio Especial do Júri: El Gran Viaje al País Pequeño

Longa-metragem Gaúcho – LMG
Melhor Filme recebe o Kikito +  prêmio de R$ 5 mil 

Melhor Filme – Portuñol, de Thaís Fernandes

Curta-metragem Brasileiro – CMB
Melhor Filme recebe o Kikito +  prêmio de R$ 6,5 mil
Demais categorias recebem o Kikito + R$ 1 mil

Melhor Filme – O Barco e o Rio
Melhor Direção – Bernardo Ale Abinader, por  O Barco e o Rio
Melhor Ator – Daniel Veiga, por Você tem olhos tristes
Melhor Atriz – Luciana Souza, Inabitável
Melhor Roteiro – Inabitável,  Matheus Farias e Enock Carvalho
Melhor Fotografia – O Barco e o Rio, para Valentina Ricardo
Melhor Montagem – Você tem olhos tristes, para Ana Júlia Travia
Melhor Trilha  Musical – Atordoado, eu permaneço atento, para Hakaima Sadamitsu, M. Takara
Melhor Direção de Arte – O Barco e o Rio, para Francisco Ricardo Lima Caetano
Melhor Desenho de Som – Receita de Caranguejo, Isadora Torres e Vinicius Prado Martins
Prêmio especial do júri: Preta Ferreira, por Receita de Caranguejo

Júri Popular
Curta Brasileiro: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader
Longa Estrangeiro: El gran viaje al país pequeño, de Mariana Viñoles
Longa Brasileiro: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante

Júri da Crítica
Curta Brasileiro: Inabitável

Longa Estrangeiro: El Gran Viaje al País Pequeño
Longa Brasileiro: Um animal amarelo

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