Em 2019, ano que prenunciava (e já sofria) retaliações contra a cultural no Brasil, vimos a 8º edição do Olhar de Cinema: Festival Internacional de Cinema de Curitiba acontecer em altivo ritmo, contrastando com a maioria de seus eventos irmãos, da qual alguns tiverem no ano passado seu último sopro de vida (para os quais torcemos pela ressuscitação).

Chega 2020 – ano histórico em infinitos aspectos (sendo, em grande parte, deprimentes) – e a 9º edição do internacional festival paranaense inicia hoje (7, e segue até quinta-feira, 15), no formato possível, online, mas com a mesma altivez de sempre e, aparentemente, fortalecido em sua programação.

No contexto social em que nos encontramos, poder acessar aquilo que a equipe curatorial administrada pelo diretor geral e artístico do festival – Antônio Júnior –  desenhou para este momento, funciona com uma lufada de oxigênio, estimulando a excitação de qualquer um daquele que percebe na arte a sua própria evolução como cidadão e como indivíduo humano.

Para começo de conversa, o 9º Olhar programou para hoje, a partir das 20h (e disponível por 24h), Para onde voam as feiticeiras (2020), de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral como filme de abertura. Antes, às 19h, há a cerimônia de abertura pelo canal do Olhar no YouTube (clique aqui).

Sobre o filme, o material de divulgação adianta: “Une encenações e improvisos de sete artistas de rua de São Paulo, expondo a permanência de antigos preconceitos de classe, gênero e raça”.

A produção foi selecionada para o Cinelatino Rencontre, de Toulouse (FR), mas não chegou a ser exibido em função do isolamento social imposto pela pandemia. É, portanto, a primeira exibição pública do trabalho.

NESTA EDIÇÃO – O festival conta com mais de 70 obras, entre longas e curtas-metragens, distribuídos em sete programas: a Competitiva; Foco; Novos olhares; Outros olhares; Olhares Brasil; Exibições especiais e Mirada paranaense.

Para ver os filmes disponíveis da programação a partir de amanhã (8) é preciso acessar a plataforma na data específica, dentro do dia da exibição, no horário entre às 6h da manhã até as 5h59 do dia seguinte; e assim por diante até o final do evento.

O valor do investimento, por filme, é de R$ 5. Mas atente que o número disponível de ingressos por filmes é limitado.

A programação está no site do Olhar (clique aqui), mas pode ser também baixada no seu smartphone pelo aplicativo do festival acessando o AppStore ou o Google Play

No Olhar, tão estimulante quanto os filmes são também os debates, esses com acesso gratuito, acontecendo sempre às 16h. Iniciam amanhã (8) e seguem até a quarta-feira (14). São eles: Amanhã (8) – Show me the fund: mapeamento de fundos internacionais e oportunidades; sábado (10) Desafiando as perspectivas e exercitando a futuridade; domingo (11) Masterclass Ângela Schanelec – O ritmo dos planos: composição, ritmo e percepção; segunda-feira (12) A representatividade e os superpoderes do cinema; terça-feira (13) Conversa aberta com Daniel Nolasco; quarta-feira (14) “O silêncio acabou” #metoobrasil.

Acompanhe nossa cobertura do Olhar, e seja você também o dono de um olhar crítico (vendo os filmes do festival) para aquilo que o cinema oferece de mais provocador.