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Críticas

Amor, Casamentos e outros Desastres

Irons e Keaton, uma dupla romântica? Será que deu certo?

Por Luiz Joaquim | 19.05.2021 (quarta-feira)

Jeremy Irons e Diane Keaton numa comédia romântica? Que belo chamariz para aquele espectador que pensa em aliviar um pouco a tensão dos duros dias de pandemia em que vivemos (especialmente no Brasil). O título Amor, casamentos e outros desastres (Love, Weddings & Other Disasters, EUA, 2020) é também bem bolado, remetendo aos clássicos dos 1990s como Quatro casamentos e um funeral ou O casamento de meu melhor amigo e a todos os outros daí derivados.

Mas, ei, temos aqui um filme dirigido e coescrito pelo também ator Dennis Dugan, que só alcançou prestígio nos EUA, como diretor, na década passada particularmente pelas comédias atabalhoadas em parceria com Adam Sandler (O paizão; Eu os declaro marido e… Larry; Zohan: O agente bom de corte e outros).

Ou seja, refinamento cômico não é exatamente o que devemos esperar por aqui, ainda mais quando nos damos conta, iniciado o filme, que Irons e Keaton não são exatamente protagonistas nessa brincadeira boba. Na verdade, Amor, casamentos… não estabelece um protagonismo único, mas sim uma personagem central – Jessie (Maggie Grace) – ao redor da qual outros personagens irão entrecruzar-se.

Cada um desses personagens satélites vivencia sua própria história de amor, como o candidato à prefeitura de Boston, que em plena campanha prepara seu casamento; como o irmão desse político, que entra num reality show para ganhar um milhão de dólares, mas precisa conviver 24 horas literalmente acorrentando a uma stripper russa com seu cafetão no percalço dos dois; ou do guia turístico de Boston que sonha em reencontrar uma ‘cinderela’ por quem se apaixonou num dos tours que fez apresentando a cidade em seu ônibus-anfíbio.

Nesse pacote, finalmente encontramos Irons como Lawrence, um celebrado banqueteiro de casamentos, rígido profissional e fechado para o amor, que trabalha na festa do candidato a prefeito de Boston. Por arranjo de amigos, ele vai conhecer Sara (Keaton), uma cega desastrada. Desastrada não por ser cega, mas por ser próprio de sua personalidade libertária, apresentada no filme para contrapor-se à rigidez lógica de Lawrence.

Entretanto, a excelente e veterana dupla de atores tem pouco espaço para respirar. Seu romance decola rápido demais, e mesmo na parca participação que possuem no enredo, passam pela tradicional reviravolta do galã pedindo desculpas pelo seu deslize. Mas nada convence. Irons e Keaton parecem não feitos um para o outro, e se há química entre os dois, ela ficou muito bem escondida sob a direção mecânica de Dugan.

Maggie Grace é Jessie, única força que dá um mínimo de sustentação ao filme

A principal luz de Amor, casamentos… é, no final das contas, dedicada a atriz Maggie Grace, cujo maior sucesso no Brasil foram as séries Lost e Californication, tendo passado também pelas sagas Crepúsculo no cinema.

Sua Jessie é a personagem central que, tendo encerrado o noivado de uma forma que a deixou desconfortavelmente famosa, precisa lidar com uma grande chance profissional, trabalhando ao lado do mal-humorado Lawrence.

Maggie Grace se esforça, e os primeiros 20 minutos de Amor, casamentos… devem muito a ela, mas os outros 70 minutos restantes não são tão fáceis de tolerar. Uma pena.

Amor, casamentos e outros desastres estreia amanhã (20) nos cinemas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Niterói, Ribeirão Preto, Campinas e Barueri.

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