25ª Tiradentes (2022) – Premiados
“Sessão Bruta” é o melhor filme do programa Aurora. Produtora Juliana Soares recebe Prêmio Helena Ignez
Por Luiz Joaquim | 30.01.2022 (domingo)
– com informações da assessoria da Mostra. Na imagem acima, registro da Mostra para a contemplação da produtora pernambucana Juliana Soares com o Prêmio Helena Ignez.
O filme mineiro “Sessão Bruta”, de direção coletiva assinada por As Talavistas e ela.ltda, foi o título vencedor de melhor longa-metragem da Mostra Aurora na 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A cerimônia de encerramento, transmitida pelo site do evento justamente no Dia da Visibilidade Trans (29 de janeiro), revelou a escolha de um trabalho que transita fortemente entre identidades, empoderamentos e reconhecimentos tanto estética quanto pessoalmente.
O prêmio foi concedido pelo Júri Oficial, formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual. No texto de justificativa, apontou-se, entre os méritos do “Sessão Bruta”, a “recusa do embrutecimento que assola o presente, confrontado no filme com uma inventividade cosmopoética múltipla e transformadora, na qual a brutalidade de um mundo fundado na violência contra vidas trans e negras é perturbada por práticas de fuga, aquilombamento e refúgio” e também reconheceu sua “energia performativa que atravessa a assinatura coletiva, sem apagar a heterogeneidade de seu lugar de enunciação”.
O Prêmio Helena Ignez 2022, oferecido pelo Júri Oficial a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das Mostras Aurora e Foco, foi dado a Juliana Soares, produtora executiva e coprodutora do filme “Seguindo Todos os Protocolos” (PE). Em sua justificativa, o Júri reconhece a produtora por “viabilizar e apoiar a criação de filmes disruptivos em um momento de crise política e econômica do audiovisual brasileiro, expressando a vitalidade do cinema diante dos efeitos econômicos e sociais derivados da pandemia da Covid-19 e a efetividade de mecanismos como a Lei Aldir Blanc de forma criativa e inventiva”
O Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para “Os Primeiros Soldados”, filme do Espírito Santo dirigido por Rodrigo de Oliveira. Na justificativa, o Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu o trabalho do filme de “convocar as potencialidades da arte frente aos apagamentos da memória e apresentar uma maturidade fílmica na construção da linguagem”..
Na Mostra Foco, o Júri Oficial escolheu o curta-metragem “Uma Paciência Selvagem nos Trouxe até Aqui” (RJ), de Érica Sarmet. Para os jurados, a “bravura política e estética com que produz um sentido de comunidade e mesmo de futuridade na imaginação da vida em conjunto, materializando o desejo sapatão no sexo e na construção de uma coletividade”, foram alguns dos motivos de premiação ao curta, assim como “o modo como constrói uma narrativa afetiva pautada pelo desejo e pelo encontro de gerações lésbicas, projetando um entrelaçamento de temporalidades nas fricções desse encontro”.
O curta “Uma Paciência Selvagem nos Trouxe até Aqui” também ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Mostra Foco em júri formado pelo próprio canal.
Novidade da Mostra de Tiradentes em 2022, a Conexão Brasil CineMundi contou com a categoria Work In Progress (WIP), a partir de projetos enviados previamente e analisados por um júri especial. O Troféu Horizonte da categoria foi para “A Transformação de Canuto” (PE), de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho. Por sua vez, o Prêmio WIP Meeting selecionou o projeto “O Rancho” (SP), com direção de Guilherme Martins e produção de Bruna Epiphanio. Oferecido pelo Festival de Málaga na Conexão Brasil CineMundi, a categoria WIP Exibição foi para “Nada” (DF), de Adriano e Fernando Jayme Guimarães. E o Prêmio Vitrine Filmes, que garante distribuição do longa vencedor, foi para “Mugunzá” (BA), de Ary Rosa e Glenda Nicácio.
SUCESSO – Celebrando suas Bodas de Prata, a Mostra de Cinema de Tiradentes, maior evento do cinema brasileiro em formação, reflexão, exibição e difusão, em sua 25a edição, de 21 a 29 de janeiro, inaugurou o calendário audiovisual brasileiro e apresentou ao público a diversidade da produção audiovisual contemporânea em 169 filmes (64 longas, 3 médias e 102 curtas-metragens), oriundos de 20 estados brasileiros e do Distrito Federal, em pré-estreias mundiais, nacionais e mostras temáticas.
Em nove dias de programação abrangente, intensa e gratuita, novamente em formato digital, o mais indicado e seguro para o cenário atual de pandemia do Covid-19 no Brasil, o evento teve mais de 350 mil acessos na plataforma oficial www.mostratiradentes.com.br, vindos de 83 países. A divulgação da Mostra registrou alcance de mais de 4 milhões nas redes sociais.
O evento realizou também o 25o Seminário do Cinema Brasileiro que promoveu 38 debates, a série Encontro com os Filmes e rodas de conversa, com a participação de 119 convidados, entre profissionais do audiovisual, críticos e pesquisadores. Os debates e bate-papos estão disponíveis no Canal do Youtube da Universo Produção.
CONFIRA OS PREMIADOS DA 25ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
– Melhor curta-metragem pelo Júri Oficial, Mostra Foco: “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui”(RJ), direção de Érica Sarmet.
Troféu Barroco.
Do CTAV: Master DCP para curta até 20 minutos
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção
Da Mistika: R$ 6.000,00 (seis mil reais) em serviços de finalização.
Da DOT Cine: 2 (duas) diárias de correção de cor.
– Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui”(RJ), direção de Érica Sarmet.
Prêmio de R$ 15 mil.
– Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Juliana Soares, produtora executiva e coprodutora do filme “Seguindo Todos os Protocolos” (PE).
– Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, da Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach:
“Os Primeiros Soldados” (ES), de Rodrigo de Oliveira.
Troféu Barroco;
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 15.000,00 (quinze mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção.
Da Cinecolor: 5 diárias de correção de cor.
Da Mistika: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em serviços de finalização.
Da DOT Cine: master DCP para longa de até 120 minutos.
– Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri Oficial: “Sessão Bruta” (MG), de As Talavistas e ela.LTDA.
Troféu Barroco.
Da The End: R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) em serviços de pós-produção (laboratório digital, sync, dailies, conform, correção de cor, animação, composição, 3D e masterização).
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 15.000,00 (quinze mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção.
Da Cinecolor: 5 (cinco) diárias de correção de cor.
Da DOT Cine: master DCP para longa até 120 minutos.
JÚRI OFICIAL
Alessandra Soares Brandão, professora e coordenadora do Curso de Cinema da UFSC; Ivana Bentes, crítica, pesquisadora e professora na UFRJ; Marcelo Ribeiro, crítico, programador, curador e professor na Faculdade de Comunicação da UFBA; Ricardo Aleixo, artista, pesquisador intermídia, ensaísta e editor; e Yuri Firmeza, artista e professor da Universidade Federal do Ceará.
0 Comentários