Semana passada foram divulgadas as primeiras imagens oficiais do 50º, e previamente anunciado, último filme de Woody Allen: Coup de chance (numa tradução literal do francês: ‘Golpe de Sorte’).

Anteriormente intitulado como Wasp 22, o filme ganhou no final de fevereiro uma exibição no Mercado Europeu de Cinema (EFM), em Berlim, e conforme o jornalista e crítico de cinema canadense, Jordan Ruimy, um distribuidor lhe compartilhou que Coup de chance é o melhor filme de Allen, em anos.

Se consideramos que Allen tenha mesmo pequeno tesouro em suas mãos, onde o filme deverá estrear e como? A resposta óbvia é Cannes, oferecendo-lhe sua primeira exibição se considerarmos que esta é o primeiro filme do novaiorquino falado no idioma francês, e situado em Paris.

Mas nada é tão simples assim.

De qualquer forma, conforme a apuração de Ruimy, vinda de uma pessoa que trabalhou na produção de Coup de chance, o filme foi sim submetido à seleção de Cannes 2023.

Allen no set de “Coup de chance”

Conhecendo o histórico de Cannes, e de seu diretor, Thierry Frémaux, a seleção não seria uma surpresa, ainda que, com isso, o festival tivesse de enfrentar uma reação contrária à presença de Allen no tapete vermelho.

Mas nada tão forte quanto Roman Polanski enfrentaria, uma vez que o diretor de Noivo neurótico, noiva nervosa é bastante querido pela mídia francesa. À propósito, o novo Polanski (The palace) também foi submetido ao festival na Côte d’Azur francesa.

Sobre Coup de chance, foi descrito, ainda quando atendia por Wasp 22, quer seria um “sucessor espiritual” de Ponto final: Match point (2005), funcionando como um thriller contemporâneo “que traça a história de dois jovens cujo vínculo os leva à infidelidade conjugal e, fatalmente, a um crime”.

Fala-se também que um possível atrativo que estimularia Frémaux a incluir Coup de chance em sua seleção é o elenco, composto por talentos franceses já indicados e vencedores dos Césars de lá, como Lou de Laâge, Melvil Poupaud, Valérie Lemercier, Niels Schneider, Elsa Zylberstein, Bárbara Goenaga, Grégory Gadebois, Anne Loiret, Sara Martins, Guillaume de Tonquédec e Arnaud Viard.

Allen (d) dirige Niels Schneider e Lou Laâge

Está, agora, nas mãos de Frémaux.

De qualquer modo, ainda que este seu Golpe… não dê sorte na seleção de Cannes, Allen poderá sempre pensar em lançá-lo em Veneza ou e em qualquer outro ambiente mais amigável, como San Sebastian.

Em um mês deveremos saber a resposta.

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