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Festivais

8º Cine Jardim (2024) – Centro Ilusão + Solange

Sobre encontros e sobre as flores que nascem deles

Por Luiz Joaquim | 17.10.2024 (quinta-feira)

Se na terça (15) a plateia do Cineteatro Cultura batia o pé no chão sob o contágio do som de Frevo Michiles, doc. de Helder Lopes, hoje (17) à noite a música também irá embalar os espectadores do 8º Cine Jardim: Festival Latino-Americano de Cinema de Belo Jardim. Logo mais, às  20h, é a vez, portanto, de Centro ilusão (Ceará, 2024), de Pedro Diogenes, se apresentar para Belo Jardim (município a 184 quilômetros do Recife)

Pedro Diógenes

E vale dizer que, se uma das funções de um bom festival é atualizar seu público com as novidades do segmento, o Cine Jardim 2024 fez, trazendo o filme cearense de hoje, um belo gol.

Centro ilusão foi exibido semana passada no disputado Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro e só na próxima terça-feira (21) é que os paulistanos irão conhecer a nova cria de Diogenes, quando o filme for exibido por lá na importante 48º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Em outras palavras, os belo-jardinenses terão o privilégio de ver Centro ilusão antes dos fãs de cinema na capital pernambucana.

Sobre o filme, Fred 04, da Mundo Livre S/A, diria: “de vez em quando é bom falar dos fracassados”. Mas, ao final desse texto, veremos que ‘fracassados’ é uma perspectiva limitada para os protagonistas Tuca (Fernando Catatau, da saudosa ‘Cidadão Instigado’) e Kaio (Bruno Kunk, presente em Belo Jardim).

Centro ilusão abre com Tuca e Kaio – dois desconhecidos, de gerações diferentes, apaixonados pela música – apresentando-se numa seleção para tentar uma vaga num disputado laboratório de música em Fortaleza. A aprovação seria um importante passo profissional para qualquer um dos dois. Para Kaio, aos 18 anos, um primeiro movimento numa trilha ainda em construção. Para Tuca, 50, uma tábua de salvação após uma vida inteira de sacrifícios a partir da vida de artista.

O filme flui no período de um dia, do exame pela manhã, quando ambos se conhecem, seguindo até o final do dia, quando o resultado da seleção é divulgado. Importante dizer que, como boas obras artísticas (filme, livros, música), o importante aqui não é o fim, assim como não é importante o resultado final da seleção.

Mais valioso é o processo, o durante, a descoberta que o trajeto lhe (nos) apresenta. E Diogenes sabe disso. Tanto sabe que o que Centro ilusão  quer nos oferecer é não apenas o talento musical de Tuca e Kaio, mas a beleza que nascerá da amizade surgida daquele encontro.

Sobre encontros

Diogenes, fiel a sua filmografia construída há mais de 15 anos, está interessado exatamente é nas flores que surgem desses encontros.

Centro ilusão vai nos conquistando aos poucos, e o talento musical de Catatau e Kunk são o norte para abrir nossos olhos e ouvidos na sala de cinema. Nos levando, lá no final, a uma entrega total, particularmente quando a dupla decide fazer uma jam-session descompromissada, pautada apenas pela beleza da simplicidade que há em criar pelo amor à música.

Na noite de ontem (16), o público do festival conheceu Solange, filme de Nathália Tereza e Tomás Osten, com a presença luxuosa da atriz Cássia Regina Silva. Leia crítica sobre Solange  clicando aqui.

AR LIVRE –  Na agenda de hoje do programa Rotas de Migração’, a partir das 19h, exibirão os curtas 152AB (MG, 2024), de Daniel Jaber e Jelton Oliveira; Margem (SP, 2023), do pernambucano Domingos Antônio e Flávio Ermírio (leia crítica sobre Margem clicando aqui); e Eu disse sem usar palavras (RJ, 2024), de Bráulio Rezende Barbosa.

Sessão é gratuita, ao ar livre, e ocorre no Paque Janelas para o Rio (antigo Parque do Bambu), em Belo Jardim, Pernambuco.

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