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Festivais

9. Janela (2016) – dia 1

Um dia de abertura que traduz toda personalidade deste mesmo festival.

Por Luiz Joaquim | 28.10.2016 (sexta-feira)

A agenda desenhada para o primeiro dia – hoje, 28/10 – por Luís Fernando Moura, coordenador de programação deste 9º Janela Internacional de Cinema do Recife (cujo tema é Desobediência), por si só já é bastante reveladora da personalidade desta já tão respeitada mostra; e respeitada não apenas no Recife.

Na agenda, estão lá dois clássicos: um brasileiro (Eles não usam Black-tie, 1981, de Leon Hirszrman, inaugurando a ‘Sessão Abraccine’, às 16h no Cine São Luiz seguido de um bate-papo); e um estrangeiro (o cubano Memórias do subdesenvolvimento, 1968, de Tomás Gutiérrez Alea, às 17h30 no Cinema da Fundação/Casa Forte).

Há um resgate histórico, às 18h45 no São Luiz (o curta Roteiro sentimental do primeiro cineasta, do paraibano Walfredo Rodriguez, com imagens do carnaval do Recife nos anos 1920) junto a um longa-metragem pernambucano inédito no Recife (Animal político, de Tião); e há o vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2016 (Eu, Daniel Blake – foto acima -, de Ken Loach, no São Luiz às 21h15).

Em outras palavras, neste dia 1 do Janela teremos clássicos (o principal nicho encontrado para o sucesso do festival), debate, filme que remete à memória e à restauração, o lançamento de uma produção do Estado, e a primeira exibição de um filme celebrado mundialmente. São precisamente as linhas pelas quais o Janela vem se estruturando e, aqui, nesse dia 1, elas se apresentam elegantes, por estes produtos que oferta a seus cinéfilos.

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Al Pacino em “Um dia de cão”

Depois da famigerada seleção de clássicos – que este ano inclui também os poderosos Pinóquio (1940); Eles vivem (1988); Robocop: O policial do futuro (1987); Berlim-Harlem (1974); Hair (1979); Um dia de cão (1975); O criado (1963); O porteiro da noite (1974); O Tambor (1979); Apocalypse Now (1979); Sedução e vingança (1981); além de uma sessão surpresa programada para a quinta-feira (6/11) às 18h40 – há a seleção competitiva que também movimenta o público.

Neste 2016 temos nove títulos, competindo entre si sem discriminação de nacionalidade ou gênero – a começar pelo celebrado no Festival de Sundance, o alemão Wild, de Nicolette Krebitz; o português O ornitólogo, de João Pedro Rodrigues, o argentino O auge do humano¸ de Eduardo Williams; o cambojano Diamond island, de Davy Chou (premiado na Semana da Crítica em Cannes); A economia do amor, do ótimo belga Joachim Lafosse (de Propriedade privada, 2006, e Élève libre, 2008); Martíriodoc. épico de Vincent Cassel ovacionado no recente Festival de Brasília; o mineiro (com co-produção portuguesa) A cidade onde envelheço, de Marília Rocha, além de Muito romântico, dos brasileiros Melissa Dullius e Gustavo Jahn (este último, o protagonista de O som ao redor).

Completa a lista de longas-metragens obrigatórios para serem conferidos – exibidos hor-concoursPaterson, de Jim Jarmusch; Elle, de Verhoeven (ambos na competitiva oficial de Cannes 2016); O que está por vir, de Mia-Hansen Love (de Adeus, primeiro amor, 2011; e Eden, 2014); A morte de Luís XIV, de Albert Serra, protagonizado por Jean-Pierre Léaud (o eterno Antoine Doinel, de François Truffaut); O cinema, Manoel de Oliveira e eu, de João Botelho; e o alemão Toni Erdmann, de Maren Ade; além dos brasileiros A cidade do futuro,de Cláudio Marques e Marília Hughes; o imperdível paulista Banco imobiliário, Miguel Antunes Ramos; o carioca Being Boring, pelo qual Lucas Ferraço Nassif brinca com a música homônima do Pet Shop Boys; o pernambucano Câmera de espelhos, de Déa Ferraz; e Cinema novo, de Eryk Rocha, premiado em Cannes como melhor documentário.

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Jean-Pierre Léaud em “A morte de Luiz XIV”

Além da competitiva de curtas-metragens – carro-chefe da mostra nas duas primeiras edições -, e da parceira com o carioca Cachaça Cineclube e o recifense Toca O Terror, o 9ª Janela apresenta novidades na progamação de exibições.

Uma é o Especial Shakespeare, com cinco longas em parceria que se repete com o British Film Institute (BFI) – são títulos filmados no período silencioso do cinema britânico, adaptadas de obras do autor inglês a serem apresentadas com trilha sonora tocada ao vivo pelo coletivo pernambucano RUMOR. E a outra novidade são os 12 curtas-metragens de Portugal que chegam ao Recife com apoio do Instituto Camões,

O Janela é produzido por Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho (também diretor artístico do festival). Programação completa aqui. Outras infos no site do festival.

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